sexta-feira, 22 de junho de 2012

Reencontro!


— Ei!
— Ah, oi… Quanto tempo.
— Posso me sentar?
— Sei lá, já sentou mesmo.
(silêncio)
— Você ainda tem raiva de mim?
— Não tenho motivos pra isso. 
— Não?
— Claro que não, ué.
— Achei que tivesse.
Ela sorri. — Não tenho.
Ah, me esqueci de perguntar, você quer?
— Brownies de chocolate e frappuccino de caramelo. Você não perde teu jeito americano.
— Verdade, meu café da manhã pre…
— Preferido. (Ele sorri)
— Ah….sim. É meu preferido. E então, você quer?
— Você sabe que eu não me adapto de jeito nenhum a esse ritmo dos americanos.
— Nem eu a dos brasileiros.
— Verdade. (Ele ri) Sabe… eu nunca esqueci suas manias.
— Manias?
— Principalmente essa de vir na Starbucks logo de manhã bem cedinho e pedir o de sempre.
— Ah, é. 
— Am… Eu preciso te dizer uma coisa.
— Pode falar. (Ela sorri)
— Eu sinto a sua falta.
— Não, você não sente. 
— Sempre querendo saber mais que eu. Você não mudou nada.
— Sei ler olhares, e o seu tá discordando totalmente da sua boca. 
— E você não sentiu a minha falta?
— Não. 
— Nem um pouquinho? 
— Quer saber mesmo? Eu senti muito, mas muito a sua falta, todos os dias do ano, sem faltar um. Chorei abraçada ao meu velho ursinho de pelúcia infantil que tu tanto julgou, chorei toda noite. De manhã eu acordava igual um zumbi por culpa desse sentimento maldito que você esqueceu de levar contigo. Eu gritei. Eu me desesperei. Eu perguntei o porque diversas vezes, e tudo que obtive foi o silêncio e o meu choro ecoando naquele quarto. O gosto salgado e doce misturado na minha lágrima era dolorido. Era dor física, dor emocional. Doía a alma. Eu perdi todo o meu jeito, você me desconfigurou como se eu fosse um robô. Eu não vinha mais aqui de manhã, eu não ia na rua por medo de encontrar você. Eu me fechei pro mundo. Me tranquei no meu quarto dias e dias, me privei de todos. Eu que era uma garota tão emotiva, sempre sorrindo e rindo atoa, comecei a ficar mais fria, mais séria, nem um sorriso a mais eu dava. Eu ia pra escola e voltava normalmente. Mas o meu semblante não era mais o mesmo. Eu vivia séria, calada, sempre de maquiagem pra não haver perguntas sobre o “porque” de tantas olheiras e de sempre estar com os olhos inchados. Dois meses se passaram e eu comecei a dormir a noite. Eu pensei que estava voltando ao normal, mas depois que alguém ama, jamais volta ao normal. Sonhei com tu todas as vezes e acordava me perguntando “O que foi que eu fiz tão de errado? Por que foi embora?”. Eu buscava respostas pra tantas perguntas sobre você… Te liguei, mas tu não me atendeu. Te mandei mensagem, mas você não me respondeu. Eu fui atrás de ti, até na tua casa eu fui. Mas não te achei. É, você falou mesmo sério quando me disse que aquela vez seria a ultima vez que eu teria te visto em carne e osso, alma e o que mais for. Foi a última vez. Você não viu, mas eu faltei morrer sem você. Todas as manhãs eu abria os olhos com uma pontinha de esperança de tudo ser só um pesadelo, que você estaria ali me olhando, sorrindo e dizendo que eu durmo demais como sempre. Fiquei com tanto medo. Meu mundo nunca, nunca mais foi o mesmo. E você me vem com essa de “Nem um pouquinho?” Garoto, tu deixou uma saudade danada dentro de mim. Eu senti um pouquinho gigantesco da tua falta. Todos os dias.
Mais um silêncio se instala entre eles.
— E-Eu… não sabia de tudo isso. Desculpa.
— Tudo bem.
— Eu senti muito a sua falta.
— Com o tempo isso passa. Aliás, hoje você não me faz nem um pouquinho de falta.
— E a saudade que deixei… (Ele bota a mão onde consegue sentir as batidas do coração dela) aqui dentro?
— Superei. (Ela sorriu e afastou a mão dele)
— Por Deus, fale que é mentira. Eu voltei por você, sabia que ia te encontrar aqui a essa hora, eu to aqui por ti.
— Eu superei. E esperei muito tempo pra dizer isso sem gaguejar e sem mentir.
— Ah… Acho que já entendi tudo. Desculpa. Você já encontrou alguém que te ame e…
Ela interrompe ele. 
— Não. Eu não preciso arranjar um namorado pra te superar. Não sou desse tipo de pessoa, achei que soubesse.
— Eu sei, eu sei. Só achei que você já era de outro pelo jeito que tá me tratando.
— Fui sua por todo esse tempo, eu era sua cara. Se tu dissesse “vem pra mim”, eu ia obedecer. Por que eu te pertencia. Mas tem certas coisas que se vacilar, perde pra sempre. Como uma bomba relógio. Cortou o fio errado, não dá pra voltar atrás. Você não me deu valor todo esse tempo que eu era sua. Só se gabou disso e me humilhou.
— Me desculpa, tá bem? Desculpa. Mas eu não posso perder você pra sempre. Como é que eu fico agora?
— Fica com a conta do meu café. Afinal, um ano sofrendo por um babaca, cansa.
Autor Desconhecido.

6 comentários:

  1. Que texto tocante!

    Beijoos!
    http://simplesglamour.blogspot.com/

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  2. Paula23/6/12

    noooossa que texto perfeito

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  3. Marianne23/6/12

    só falta a gente chegar nessa conclusão ne... o que é mt dificil

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  4. Vanessa23/6/12

    muito top. goxxxxxxxxxxxtei

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  5. Anônimo23/6/12

    falou tudo

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  6. Uau.... legal o texto!

    Beijinhus..

    www.robertamaquiagens.blogspot.com

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